Eu não sou um Super Herói. Pronto, falei. Talvez eu tenha
sido um pouco mais próximo disto num passado distante, onde as pessoas ainda
acreditavam nessa minha realidade. Onde as pessoas, por manobra, acabavam se
pondo num lugar de vítima para que eu pudesse me aproximar, e, com toda a minha
galanteria, as salvasse da cidade cinza.
Mas não sou mais um super herói. Ou se sou, foram-se meus
poderes.
Eu tenho estado fraco. As muitas noites não dormidas
talvez tenham me deixado vulnerável. A minha falta de projeção futura também me
deixou fraco. Tenho procurado conforto na minha vida, eu tenho procurado
sentir, e tão somente sentir. Há muito tempo parei de me preocupar com o que eu
devo fazer, com minhas obrigações.
Hoje eu vejo o quão fraco me tornei.
Parte Dois – Meu
amor pelo outro.
Meu amor pelo outro transcende a mim mesmo. Me corta, me
atravessa, me fere, me mata. E não é amor pelo outro individuo, não. Não
apenas, quero dizer. É o amor pelo outro individuo, pelo outro sentimento, pelo
outro momento, pelo outro prazer. Tenho procurado o tempo todo as coisas boas
que o mundo pode oferecer. Talvez isso explique o meu medo de morrer.
Procuro no mundo as coisas belas. E esqueço de procurar
em mim mesmo o que é doce. O que é saudável, o que é interessante e o que é
bonito.
Parte Três – Meus atrasos.
Eu atraso muito. Afinal, acho que o que sei fazer de
melhor é atrasar.
Sempre me disseram que eu tenho um tempo muito diferente
das outras pessoas. Que eu ando em câmera lenta. Que eu demoro pra fazer as
coisas, que eu demoro pra falar, que eu demoro pra agir. E hoje eu sei que isso
não tem nada a ver com o meu jeito de ser. Isso tem a ver com o meu conformismo
com as coisas. Tem a ver com comodismo.
Não me esforço pra fazer as coisas rápido. Não me esforço
pra manter um compromisso com outras pessoas. Não me importo com o depois. Eu
me importo com o agora. E quero viver o agora cada vez mais! Empurrando. Sem
projeção. E esse prazer de viver o agora tão intensamente me faz atrasar para
viver outras coisas da vida. Não sei lidar com o passado. Pra mim, tudo que
passa, ainda pode voltar... E aqui está o maior erro. O que passou, passou.
Vire a página! Corra pra próxima.
Parte Quatro – Seja
a Mudança Que Você Quer Ver no Mundo.
A primeira vez que li essa frase de Gandhi, ela
estava tatuada no braço de um amigo meu. Achei bonita. E, hoje, acho bem mais
bonita por entender o quão ela faz sentido pra mim. Durante muito tempo tenho
olhado o mundo, buscado mudanças, e vendo como ele poderia me afetar a mudar.
Eu sonho demais. Eu lembro de coisas que sequer existiram. Eu fantasio tanto
que poderia criar diversos “eus” alternativos.
Durante o ensino fundamental eu tive uma grande mudança.
Eu passei de menino assustado a cara legal do ensino médio. Fiz isso porque
achei que seria necessário para a sobrevivência entre aqueles que eu gostava.
Fiz isso porque achava que talvez eu conseguisse mais garotas... É tão idiota
isso pra um garoto de 15 anos? Se for, sou um idiota!
E, hoje, 03 de Novembro de 2012, é o inicio de uma nova
mudança. Estou sendo direto, estou sendo claro pela necessidade de me expor.
Quero me expor. De que adianta esconder, daqui há um mês eu não serei mais o
mesmo. Amanhã eu não serei mais o mesmo. Daqui a cinco minutos eu não serei
mais o mesmo.
Eu serei a mudança.
Eu sou o futuro.
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