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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2013, 2014

Eu acho interessante ver como terminamos todos os anos dizendo que foi um bom ou um mal ano, sendo que, bem provavelmente, lembramos apenas dos últimos meses deste.
Eu, por exemplo, lembro apenas dos últimos meses e algumas coisas marcantes que aconteceram este ano. No primeiro semestre, parece que apenas vivi o Carnaval, depois uma temporada de espetáculo, depois minha saída do trabalho e Julho. É, eu não tenho uma memória tão boa assim.
Mas, sinceramente, eu espero que 2014 seja um ano bom! Não um ano feliz, mas um ano bom. Que mania é essa que a gente tem de ficar correndo atrás da felicidade o tempo todo, não é? Vez ou outra, as coisas não serão felizes... Afinal, para que existam os momentos felizes, é importante que exista os dias tristes.

Enfim. Adeus 2013, seja bem vindo 2014.

Eu desejo que todos vocês encontrem bons amigos pra dividir momentos, bons olhos pra se encantar, bons momentos para viver e boas oportunidades pra aproveitar. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O "jovem" grisalho.

Cenário: Balada.

Horário: 00h37
O homem de cabelos grisalhos, viúvo a dois anos, entra na festa acompanhado de seu filho. Sente-se totalmente desajustado naquele lugar. As luzes que brilhavam em sua retina, os graves da música que machucavam seus tímpanos e o terrível cheiro de álcool fazia-o sentir nojo daquele lugar. Mas seu filho achava que o velho deveria "voltar à ativa", e que aquele era o lugar. O pai resolveu-o acompanhar.

Horário: 01h22
O filho do velho já havia o apresentado a todos os amigos. Depois de alguns "hey, você trouxe seu pai!" e outros "que maneiro, cara! É seu pai!", o homem mais velho já estava mais confortável. Arranjou um sofá que havia por lá e se sentou ao lado de um casal que já estava nas preliminares de um sexo eminente. O filho lhe trouxe uma cerveja, depois desapareceu. Ele ficou lá, tomando sua cerveja, observando os jovens.

Horário: 02h02
O homem de cabelos grisalhos já havia tomado três cervejas. Vez ou outra o filho vinha até ele para ver se estava tudo ok, mas nos últimos minutos ele estava atracado com uma garota no fundo da balada. O casal que estava ao seu lado resolveram ir para algum motel, e agora o lugar era ocupado por um garoto bêbado que ria e lhe contava histórias sobre quando havia cheirado cocaína.

Horário: 02h55
O filho voltou para ver se o pai estava ok. O velho já estava em sua quinta cerveja.
- Hey, moleque. E sua garota? – disse o velho.
- Bem, nos pegamos... Mas eu vim aqui.
- Pode sair com ela daqui, se quiser. Eu pego um táxi pra voltar.
- Certeza?
- Certeza.

Horário: 03h20
O velho estava lá. Sozinho. Quase embriagado. Curtindo um pouco mais aquelas luzes malucas, aquelas batidas estranhas e todos dançando a sua volta. Sentia-se muito bem.

Horário: 04h02
Uma garota de vestido vermelho, curto, aproximou-se dele e sentou ao seu lado. Estava visivelmente bêbada, com seus cabelos curtos extremamente bagunçados e uma garrafa de cerveja nas mãos. Encostou no sofá e respirou. Olhou para o homem de cabelos grisalhos, e suspirou.
O homem começou a conversa:
- Noite difícil?
- Está brincando? Está ótima. – respondeu ela, em meio a um soluço.
Ele permaneceu calado.
- Você está sozinho? – disse ela, dando uma boa olhada nele.
- Estou.
- É um senhor muito bonito, sabia?
- Obrigado, mas não me chame assim.
Silêncio.
- Como quer que eu te chame, senhor?
- Que tal "maravilhoso", "príncipe"?
Ela riu.
- Você é bem jovial pra sua idade, senhor.
- E você é bem velha para a sua.
Permaneceram se olhando. Ela encheu a boca de cerveja, engoliu e então, voltou a prestar atenção nele. E sem mais delongas, o beijou.

Horário: 04h10
Se beijaram durante poucos minutos, e então, o velho grisalho parou. E olhou para ela.
Ela não aguentou e perguntou:
- O que foi?
- Você é muito bonita.
- Obrigada. – disse ela, se levantando. – Mas agora eu preciso ir embora. Amanhã eu trabalho e já está me dando sono.
O homem grisalho segurou sua mão.
- Não vá. Sente-se e beba mais um pouco comigo.
- Você adora ver moças como eu no inferno, não é?

- Não. Eu gosto de ver como moças como você fazem pra sair dele.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Do que você gosta?

- Baseado numa história real.

"Alô. Oi, mô. Cheguei. Vou ficar te esperando aqui do lado de fora do cinema, ok? Beijos".
Chiquinho desligou o celular, e encostou em uma das paredes do cinema. Inclusive, uma que havia uma enorme foto do Homem de Ferro lançando seus raios propulsores. Provavelmente o filme que sua namorada assistia estava no final. Daqui uns vinte minutos encontraria com ela e sairiam para comer alguma coisa. Chiquinho ficou pensando no que comeriam, e onde comeriam, e foi em meio a estes pensamentos que um japonês de terno, com cabelo meticulosamente ajeitado com gel, se aproximou dele. E também encostou na parede.

- Boa noite. – disse o japonês.
- Boa noite. – Respondeu Chiquinho.

E o silêncio instaurou-se. Aquele silêncio constrangedor que antecede aquele momento em que você acha que terá de conversar. Mas o japonês foi rápido, e começou uma conversa.

- Vai assistir alguma coisa? – perguntou.
- Não. – silêncio. – E você?
- Não.

Silêncio. Silêncio. Silêncio.

- Eu encostei meu carro ali no estacionamento porque tá na hora do meu rodízio. E tô esperando chegar a hora pra eu poder sair.
- Ah sim. – completou Chiquinho.

Chiquinho começou a imaginar o que aconteceria primeiro. A chegada de sua namorada ou a partida do japonês. E começou a se desesperar. Até que, do nada, a pergunta do asiático veio:

- Do que você gosta?

Chiquinho virou-se para o japonês e percebeu que ele estava numa postura um tanto quanto duvidosa. Ele parecia um Jackie Chan mal desenhado, tentando ser sexy.

- Como assim, do que eu gosto? De filme? De música?

O japonês fez uma pausa, aproximou-se de Chiquinho e perguntou:

- Você gosta de uma safadeza?

Chiquinho pulou no lugar, virou-se para o homem, se afastou, agitou as mãos, balançou a cabeça... Fez tudo ao mesmo tempo. Olhou para a porta do cinema, esperançoso que sua namorada viesse para salvá-lo.

- Não. Não gosto não. – respondeu.
- Claro que gosta! Todo mundo gosta de uma safadeza!

Chiquinho continuou agitado.

- Não. Eu não gosto.

O japonês sorriu, sem acreditar, e diante de tudo isso, ainda propôs:

- O meu carro tá lá, esperando o rodízio. O que acha de irmos lá dentro do carro e nos conhecermos melhor?
- Não, cara. – respondeu Chiquinho.
- Rola uma grana, heim.

Chiquinho não podia acreditar no que estava acontecendo. Mas o japonês continuou...

- Uma grana alta!

Mas o rapaz não podia mais aguentar. E exclamou, bravo:

- NÃO, CARA.

O japonês pareceu contentar-se. Balançou a cabeça decepcionado, virou-se e se despediu. Nos últimos instantes, ainda pediu:

- Então, me passe seu celular.
- NÃO, CARA!

O pequeno japonês confirmou com a cabeça, virou-se e partiu, decepcionado. E foi neste mesmo momento, que a namorada de Chiquinho apareceu sorrindo, parecendo que curtiu bastante o filme. Seu namorado não esperou um instante para lhe contar a história que havia vivido. E entre risos, a namorada de Chiquinho apenas comentou:


- E VOCÊ NEM PERGUNTOU QUANTA GRANA ERA?!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Amanda e Sofia.

Amanda era uma menina que tinha muitos brinquedos. Ela vivia em um dos bairros mais nobres da cidade de São Paulo com seus pais. Nascera em uma família de classe média alta, uma família extremamente humilde, inteligente e respeitosa.
Aos finais de semana, os pais de Amanda visitavam instituições de caridade, faziam doações para orfanatos, participavam da luta pela igualdade social e discursavam contra as injustiças. Mesmo aqueles que estavam "da ponte pra cá", conheciam a família de Amanda e se encantava. Reviam os seus conceitos e passavam a atentar mais para os seus próprios preconceitos.

Um dia, Amanda conheceu Sofia. Ela era uma menina que estudava na sua escola. Ela tinha muito mais brinquedos do que Amanda já tivera. Mas, mesmo com 8 anos, Amanda não ligava para isto. A menina havia sido muito bem ensinada, e a inveja não era um dos seus aprendizados.

Outro dia, Amanda chamou Sofia para brincar em sua casa. Os pais de Sofia permitiram. Os pais de Amanda permitiram. E com ambas permissões, o encontro aconteceu.

As duas sentaram, como iguais, e brincaram. Sofia levou suas próprias bonecas. Amanda também estava com as suas. A brincadeira durou horas, sem possíveis desavenças, até o momento em que Sofia resolveu espiar dentro de um baú que Amanda tinha no canto de seu quarto. Dentro do baú haviam bonecas que Amanda não brincava há anos! E nem sequer se lembrava da existência delas.

Amanda observou a garota olhar, olhar, olhar. E então, Sofia inclinou-se e pegou uma das bonecas. Olhou para Amanda e perguntou: "Posso brincar com essa?"

Algo aconteceu dentro de Amanda. O seu peito se inflou um pouco, sua voz travou, sua cabeça deu uma pontada no lado direito e tudo que emitiu foi: "Não."

Sofia se assustou. E perguntou: "Você não brinca mais com elas."

Amanda repetiu: "Não."

Sofia não entendeu nada. Mas largou a boneca, e voltou a brincar com Amanda com suas próprias bonecas. A brincadeira fluiu normalmente até o final.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O que eu acredito.

AMADEU: Você precisa de algo mais do que dois corpos enrolados pra se esquentarem durante a chuva. Você precisa de um temporal que dure anos. Você precisa de uma casa que te proteja da chuva. De um marido que lhe proteja dos trovões. E de um filho que se aperte nos seus braços quando visse o primeiro relâmpago da vida. É nisso que acredito, Silvia.

(Trecho do texto Três Tangos, escrito por Fernando Vieira e Renan Almeida.)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Conto de Fadas

(Texto iniciado em 2005, e terminado em 2013).


Em seu aniversário, o Príncipe Encantado foi até o quarto do irmão para lhe contar as novidades... Que em breve se casaria com a donzela mais linda de todo o reino. Mas quando abriu a porta, não encontrou o irmão. Procurou debaixo da cama, procurou dentro dos armários, nos banheiros... Procurou em todo o castelo. E tudo que foi capaz de encontrar era um bilhete que dizia: "Irmão, parti para aprender a viver."

O Príncipe Encantado viveu feliz para sempre com sua esposa, porém ainda havia um vazio em seu coração. Um vazio que seu irmão havia deixado. E pra sempre se perguntando porque o irmão precisara fugir para "aprender a viver."


E há quilômetros dali, no meio das floresta, o irmão do Príncipe Encantado, apenas um filho bastardo, respondia com as seguintes palavras: "Irmão, parti para aprender a viver porque não quero mais aprender com você."

sábado, 13 de julho de 2013

O Delírio do Forró

Hoje uma menina passou na rua. Esta menina não era a mais bela, não era a mais graciosa, não era a mais inteligente, não era a mais simpática e não era a mais apaixonante. Era apenas uma menina que passou na rua. Ela não vestia roupas extravagantes, ela não cantarolava, ela não andava graciosamente e não tinha os olhares dos homens tarados. Ainda era apenas uma menina que passou na rua.

Eu estava parado quando esta menina se aproximou, se apresentou (agora, com graciosidade), estendeu-me a mão e me chamou para uma dança. Não tocava música, ninguém estava dançando. A menina era louca? Não sei, mas me aproximei para dançarmos.

E juntos dançamos. Dançamos forró. Giramos, nos abraçamos e rimos. Depois, ela se afastou, perguntou-me a hora e num instante, desapareceu.

Não a procuro, talvez porque não queira ser encontrada.
Não a procuro, talvez porque ela seja realmente apenas uma menina que passou na rua.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Desculpe a abordagem".

ELE: Chega chegando, sorrindo, com toda a rapaziada.
ELA: Chega, sozinha, senta, calada.

ELE: Vem todo colorido, engraçadão, dançando.
ELA: Ela está bem parada, vestida de branco.

ELE: Apressa, corre, tropeça.
ELA: Confiante, esperta, promessa.

ELE: Sem vergonha, cafajeste, sempre tramando.
ELA: Curtindo, sorrindo, falando.

ELE: "Eu gosto de sangue, explosão, acidente".
ELA: "Eu gosto do viveram felizes para sempre".

ELE: Pôr-do-Sol.
ELA: Amanhecer.

ELE: Madrugada.
ELA: Entardecer.

ELE: "Desculpe a abordagem".
ELA: "Eu gosto de tua coragem".

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

email/conselho de King.


Bom dia, Renan.

Neste exato momento, estou bebericando um cappuccino e comendo alguns cookies que o hotel disponibiliza neste horário. É um belo hotel! Fica de frente para o mar, e, daqui algumas horas, o lounge estará lotado de pessoas. Pessoas com certas dificuldades de se socializar. E, daqui mais algumas horas, estarei conversando com eles.

Estamos em Dezembro. De Janeiro até aqui as coisas realmente mudaram. Não consigo mais parar em casa, acabo viajando muito... Porém, todos os amigos que preciso estão comigo. O "Mess" ainda não acordou. Está no quarto ao lado, provavelmente sonhando com coisas absurdas. O Frank já está acordado, mas está absorto num livro que não pára de ler desde nossa viagem a Florianópolis.

Eu conheci muitas pessoas. Pessoas interessantes, pessoas chatas, pessoas insuportáveis. Mas conheci.

Algumas pessoas ainda mantém os olhos sobre mim... Muitas arriscam palpites dizendo: "Uma hora toda sua vida acabará!" Mas não acho que acontecerá. No inicio do ano, eu era apenas um projeto! Eu era apenas um garoto bobo. Hoje, eu sou um homem. Hoje eu tenho metas maiores, pois as minhas antigas já foram alcançadas. Hoje sou um homem focado. Hoje, sou o melhor no que faço!

Alguns de meus amigos me ridularizam. Outros acham fantástico. Outros ridicularizavam, mas quando viram que deu certo, acharam fantástico. A verdade é que não me importo. 85% das minhas boas experiências foram dizendo SIM e não me importando para o que os outros pensam de mim (chichê, não?).

O que posso dizer é que levo uma boa vida. Não sei por quanto tempo será assim, mas estou numa boa! Consegui atingir minhas metas, ensino pessoas por um preço extremamente amigável (minha meta nunca foi construir fortuna) e sou feliz comigo mesmo. Aprendi a ser feliz sozinho, isso fez uma grande diferença.

Conselhos: Aprenda logo o que são as pessoas. Depois de tudo isso, tudo funcionará rápido! Mantenha uma boa música em sua cabeça, um bom sorriso em seu rosto e um andar tranquilo.

Logo mais, estaremos juntos... E será você quem estará escrevendo este email!

Fique bem.

- King.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012.

Todo ano eu digo que foi um bom ano.
Este ano, provavelmente, não será diferente. Foi um bom ano em sua grande maioria.

Não vivi o quando gostaria de ter vivido.
Na verdade, eu gostaria de ter viajado mais, namorado mais, dançado mais, ter tocado mais música, ter arrumado mais amigos... Mas o que viajei, o que namorei, o que dancei, o que toquei e os amigos que arrumei... Todos foram bons momentos!

Foi um grande ano!
Talvez, exceto Novembro. Eu fiquei assustado pelo número de pessoas que me rodeiam dizendo que Novembro foi um mês sombrio. Eu não sei porque.

Mas foi um grande ano.
Me entreguei mais às artes, me entreguei mais à minha profissão.
E inverti.
Me entreguei menos aos relacionamentos, me entreguei menos aos sentimentos.

E foi um grandessíssimo ano!
Estive com meus melhores amigos por diversos momentos. E, finalmente, enxerguei claramente a Unidade que existe entre nós. É clichê, mas... Nos maus momentos, eles ainda estavam lá.

FOI O ANO!
E ano que vem será melhor. 
Ainda sonho com o Projeto A.