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domingo, 19 de agosto de 2012

As cabeças que pesam.


Há muito tempo atrás eu me dispus a esquecer a minha própria cabeça e sustentar as demais. Subo e desço cabeças muito bem. Cada cabeça, um peso. Cada peso, uma leveza. Às vezes, fico espantado com o que sai e entra na cabeça. Algumas vezes nos leva pra baixo, outras vezes nos dispersa. Mas o peso das cabeças sempre permanece.
Porém, existe um limite. As cabeças nunca são suficientemente leves para que possam voar, nem suficientemente pesadas para que possam afundar. As minhas cabeças mantém um equilíbrio. Aprendi a deixar minhas cabeças numa altura razoável para que durem bastante.
Hoje, uma das minhas cabeças se arrebentou. A primeira cabeça se arrebentou. E por um instante, senti minhas costas mais leves, mas logo a culpa veio e levou isso de mim. A falta que o peso da cabeça proporcionou a culpa logo ocupou.
E hoje eu vivo assim. Como um frustrado, por não saber o que aconteceu com a minha própria cabeça. Sinto como se cada cabeça vivesse uma realidade diferente. E como se, ao simples balanço, uma nova cabeça possa se arrebentar e dar lugar a uma dúvida.
Pois as cabeças podem o tempo todo arrebentar.

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